Oi!
Quanto tempo heim? (Estou parecendo um maluco falando pra ninguém...) Um belo dia eu estava pensando: nós temos tantas coisas boas não é? Por quê não usar? Então saiu isso aí. Tá fraco, mas foi só uma ideia que eu achei que deveria aproveitar. Aguardem mais contos com essa mesma temática.
Abraços!
-----------------------------------------------
A mulher estava sentada do outro lado do rio, seus cabelos eram longos e negros.A pele morena de sol. Estava perdido ali e não custava nada pedir uma informação. Eu já devia estar pelo menos umas 3 horas procurando como sair daquela mata e se não encontrasse pelo menos um refúgio logo, aquele sol que já ameaçava sair de cena daria lugar à lua, e a escuridão viria junto me prejudicando ainda mais .
A morena estava com o corpo da cintura para baixo dentro do lago e parecia admirar seu reflexo nele. Alisava seus longos cabelos e movia os lábios como se cantasse baixo alguma música. Abaixei-me e peguei com a mão um punhado de água para beber. Tinha sede, afinal já havia mais de uma hora que a água de meu cantil havia se esgotado.
A moça que se admirava na outra margem do rio olhou para mim e sorriu. Eu, ainda com as mãos em minha boca, retribuí o sorriso. É óbvio que não consegui beber água e sorrir ao mesmo tempo e acabei cuspindo a água. A mulher de olhos verdes deu risadinhas e voltou a olhar-se no rio.
-Moça, a senhora sabe como chego à estrada mais próxima ou como chego em algum lugar que possa repousar? - Disse eu, alto para ser ouvido.
Ela olhou para mim e sorriu novamente, porém não me respondeu.
-Você não sabe há quanto tempo eu estou andando nessa mata. Fazem mais de horas! Por favor, pelo menos me diz onde encontrar um telefone.
A mulher olhou novamente para mim e fez um olhar de incapacidade. Como se ela não pudesse falar ou fazer alguma coisa por algum motivo. Mas eu a vi cantando e sabia que podia falar. Olhei em volta e procurei por alguém que poderia estar a ameaçando ou algo assim. Não havia ninguém ali além de nós dois.
-Moça, está tudo bem? Alguma coisa que eu possa ajudar?
Ela não me respondeu. O sol já não estava mais no céu. O azul do crepúsculo já tomava todo o espaço antes iluminado pelo sol. Desisti de tentar mais alguma comunicação com a moça que continuava a me olhar com aqueles olhos verdes. Sentei-me e fiquei apreciando-a enquanto arrumava seus cabelos. Não demorou muito e escureceu. A única luz que havia era a do luar
A mulher de cabelos negros e olhos verdes mergulhou no rio. Esperei o retorno dela, mas não retornou logo. Pensei em pular na água para procurá-la, mas ela subiu para a superfície antes que eu o fizesse. Parecia ainda mais bela. Voltou novamente para onde estava quando a vi a primeira vez e começou a cantar. Que voz linda! E a música...
A música falava de uma guerreira valente e muito conhecida em sua tribo que para se proteger fez algo muito errado. Não lembro com exatidão o que havia na letra, mas lembro que me levantei de onde estava. Envolvido com a aquela música comecei a caminhar em direção a voz. Lembro do ar faltando e daquela voz linda. A água molhando todo meu corpo e aquela música me envolvendo. De vê-la me chamando do fundo do rio e de nada mais. Só lembro de ter acordado aqui, com vocês em volta de mim, e esse cara estranho com esse cocar olhando estranho e me fazendo perguntas. Fiz alguma coisa errada?